Sady Homrich: amante cervejeiro e baterista da banda Nenhum de Nós

(conteúdo publicado na Revista Terroir Boccati Edição 04 – Verão)

Foto: Everson Almeida

Sady Homrich, amante cervejeiro e baterista da banda Nenhum de Nós, compartilha um pouco da sua história, conhecimentos e experiências.

Naturalidade: Porto Alegre – Rio Grande do Sul

Formação: Engenheiro Químico e Especialista em Cervejas

Atuação Profissional: Baterista da Banda Nenhum de Nós e consultor, palestrante e jurado no meio cervejeiro

Foto: Everson Almeida

Nascido na capital do Rio Grande do Sul, Sady Homrich Junior tem uma história de amor à música e à cerveja que já perdura por décadas. Foi no Ensino Fundamental, no Colégio La Salle Dores, que conheceu Carlos Stein e Thedy Correa, trio que, em outubro de 1986, deu origem à banda Nenhum de Nós. Em seguida, entraram Veco Marques e João Vicenti para completar a formação definitiva do grupo.

Conciliando com a vida de músico, Sady se formou Engenheiro Químico, na PUCRS, no ano de 1989. “No início meu plano era ser um engenheiro químico, tendo a música como hobby. Durante a universidade as duas coisas correram de forma paralela porque gostava muito de ambas”, relembra. Quando as oportunidades para a banda começaram a aparecer, teve que optar em uma das carreiras.

E foi também durante a sua graduação que começou a se interessar mais sobre cervejas, que já era de gosto de sua família. Logo, colocou a mão na massa, ou melhor, nas panelas e já, em 1983, tornou-se cervejeiro. E desde então, a cerveja passou a fazer parte dos seus dias.

“Assim como a cerveja vem acompanhando a humanidade ao longo da história, na minha vida ela faz parte do dia-a-dia! Meu casamento com a Mari foi regado a chope claro e escuro de uma antiga cervejaria!!! Quando fomos tocar na China, em 2010, fiz questão de brindar com a banda abrindo uma cerveja sobre a Grande Muralha! Ao completar 25 anos, a canção Camila Camila ganhou uma cerveja comemorativa da cervejaria Bamberg, SP, que recebeu vários prêmios e segue sendo produzida”.

Diversas cervejas marcaram Sady ao longo dos anos. “Países como República Tcheca, Alemanha, Bélgica e Reino Unido têm muita história cervejeira para contar! Ainda lembro do gosto da Serramalte Kronenbier, fabricada em Getúlio Vargas RS até 1990. E quase chorei ao tomar a Pilsner Urquell tomada nos subterâneos da fábrica em Pilsen, República Tcheca”, recorda.

Personalidades que Inspiram

Sady tem diversos profissionais do mundo da cerveja que lhe servem de inspiração. Na área de análise sensorial, cita o expert inglês, Michael Jackson, jornalista inglês, já falecido, que definiu a atual divisão de estilos cervejeiros. E também o mestre-cervejeiro norte-americano Garrett Oliver, que faz um trabalho muito consistente na difusão da cultura cervejeira e da harmonização com gastronomia.

“No Brasil temos muitos profissionais altamente qualificados. Vão ficar com ciúmes, sei, mas vou destacar a figura da mestre cervejeira Katia Jorge, que tem uma generosidade didática e um sorriso como poucos! ”

O Consumo de Cervejas

Conforme Sady, o comportamento do consumidor de cervejas vem mudando lentamente, mas ainda é uma pequena parcela que troca a quantidade pela qualidade.Nosso poder aquisitivo ainda é limitado para gastos com produtos diferenciados em todos os setores. Ainda estamos em curva de crescimento de fábricas e rótulos no Brasil, mas a tendência é que, em pouco tempo, comece uma seleção natural de competência”, diz.

Com o tempo, as pessoas vão assimilando novas características sensoriais. E Sady já avisa: é um caminho sem volta! Depois de abrir a paleta de aromas e sabores, não é fácil contentar-se com a mais gelada ou mais barata. Ninguém é obrigado a gostar de uma bebida com amargor, dulçor, acidez, adstringência ou retrogosto que não esteja em harmonia com seu paladar. Mas a disponibilidade para conhecer e provar com boa vontade ajuda muito a entender as diferenças.

Sabemos que a gastronomia e a bebida andam juntas. Harmonizar um prato é fundamental para o sucesso da refeição. E, cada vez mais a cerveja tem comprovado seu amplo poder de harmonização. E Sady afirma que a pluralidade de estilos ajuda bastante e também que muitas receitas são formuladas pensando em frequentar mesas com potencial gastronômico.

Quando questionado sobre os novos públicos que estão entrando no universo da produção de cervejas artesanais, Sady afirma que ainda existe muito empreendedor com o poder de investimento, mas que não se preocupa com um plano de negócios, legislação tributária, rede de distribuição, manutenção de ponto de venda, equipe de vendedores, controle de qualidade, marketing, dentre outros aspectos fundamentais. Entram no mercado, achando que basta fazer “uma boa cerveja”.

“Há muito tempo “artesanal” deixou de ser sinônimo de “amador”.

A cerveja e seus estilos

O estilo de cerveja que mais se encaixa com o perfil do brasileiro, aposta de Sady, é American Pale Ale, a famosa APA, pois ela tem um estilo aberto, permite o uso de ingredientes de várias origens, tem refrescância, persistência e vai muito bem com churrasco!  Mas, falando em gosto próprio… “Se eu tivesse que escolher apenas uma escola cervejeira para passar o resto dos meus dias, ficaria com a germânica/tcheca, apesar de gostar de todas”.

O Jurado Burgomestre

Sady, também conhecido como Burgomestre – termo originado nos “burgos” (vilas) da Europa Central, para chamar quem sabia um pouco mais do que os outros sobre temas de bem estar e cuja uma das das atividades era controlar a qualidade da água para fazer cerveja, pedindo aos cidadãos que não usassem o rio como banheiro no curso acima do burgo para garantir captação de boa água – é jurado do reality show Eisenbahn Mestre Cervejeiro, exibido pelo Multishow e pela TV Globo. O intuito do programa, que está na nona edição, é eleger o melhor cervejeiro caseiro do país e conta com a participação de 10 cervejeiros, entre homens e mulheres de diferentes estados.

Tem sido muito divertido trabalhar no reality show! A Bia e o Juliano são excelentes e criteriosos jurados parceiros. A Eisenbahn e a Endemol respeitam muito nossa opinião e posicionamento. Não fomos chamados para criar personagens, e sim sermos nós mesmos, aquilo que vivenciamos com nossas experiências. Outra coisa relevante, não há a menor manipulação visando audiência ou favorecimento. E o melhor, está difundindo o amor pela cerveja em todos os níveis!”

Foto: Everson Almeida

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