Filha do embaixador da uva Baga, Luís Pato, a portuguesa Filipa Pato decidiu aos 20 anos que gostaria de seguir a profissão do pai. Formada em química, nunca havia pensado em ser produtora, mas a vocação falou mais alto, fazendo com que buscasse maneiras de vinificação que se encaixassem ao seu estilo de produzir vinho. De início, recebeu um sonoro “não” de seu pai. Mas, sua avó lhe ofereceu uma antiga vinícola que pertencia ao seu tio em meados de 1888. Ela aceitou a oferta e investiu na estrutura, que embora antiga, era bem planejada. Apesar da negativa inicial Luís, Filipa disse que ele foi um grande incentivador de sua carreira.
Os rótulos produzidos pela enóloga se concentram na região da Bairrada, que é livre de defensivos agrícolas e elaborada à maneira dos antepassados. Para ela, a Baga é varietal, gera vinhos equilibrados com notas de fruta vermelha, musgo e tabaco. Esses vinhos são chamados por Filipa de “Vinhos sem maquiagem”. E, mesmo que no universo dos vinhos portugueses seja comum o uso de mais de um tipo de uva, a família Pato sempre apostou na Baga.
Os vinhos que levam o nome de Filipa Pato são premiados, com notas que passam dos 90 pontos nos principais rankings do segmento. Em 2010 lançou, ao lado do marido, o projeto chamado Vinhos Loucos, no qual é possível experimentar a vinificação ao extremo, com oxidação de seis anos, por exemplo.