por Eduarda D’Agostini, Jylson Carvalho e Rodrigo Webber
No último post falamos sobre as características que são avaliadas no exame visual durante a degustação de vinhos e hoje vamos falar sobre as cores do vinho!
Com a taça inclinada, vislumbram-se duas regiões do líquido: a central (olho) que possui coloração concentrada e a zona periférica (bordas ou anel) com cor menos intensa devido ao menor volume de vinho.
O tempo de vida da bebida constitui fator relevante quanto à coloração da mesma. Os tintos tornam-se mais alaranjados à medida que envelhecem, sendo que alguns adquirem cor de tijolo, tais mudanças podem ser bem observadas no “anel”, pois é a região que primeiramente sofre a transformação. Quanto aos vinhos brancos, o passar dos anos se reflete na sua coloração acarretando variações que vão do amarelo-palha ao âmbar.
Os matizes cromáticos, além de representar as características da uva, têm sempre um significado relacionado com a idade do vinho ou com seu estado de conservação.
BRANCOS
Amarelo com reflexos verdes: Coloração de vinhos jovens, com uvas colhidas antes de sua maturação completa, que passam por processos de clarificação e sem envelhecimento em madeira. Tradicionalmente, esta é uma característica de vinhos leves refrescantes. Tende a perder os reflexos verdes com o passar do tempo.
Amarelo-palha: Também caracteriza vinhos jovens, que já estão com a acidez equilibrada, produzidos com uvas colhidas em plena maturação e boa concentração de açúcar. Pode ter passado por um pequeno período de envelhecido em barricas.
Amarelo-dourado: Tonalidade presente em vinhos maduros. Neste caso as uvas foram colhidas muito maduras e seu vinho costuma envelhecer em carvalho. Em boca se demonstra um vinho macio e untuoso. Caso não apresente brilho intenso, pode estar indicando o início de uma oxidação.
Amarelo-âmbar: Em caso de vinhos secos, indica má conservação e oxidação. Entretanto, é uma coloração típica se tratando de vinhos de sobremesa, como Sauternes, Madeira e Tokaji.
ROSÉS
Rosa-pálido: Essa tonalidade representa vinhos obtidos através de uvas tintas pouco maceradas. Normalmente se trata de um vinho produzido com uma variedade de pouca intensidade de cor. Devem ser consumidos jovens para manter seu frescor.
Rosa-salmão: É a coloração mais frequente entre os vinhos rosés. Resultado de uma vinificação onde há pouco contato com a casca. Em boca é um vinho frutado e pronto para beber.
Rosa casca de cebola: Pode ser proveniente da coloração de certas castas ou do próprio processo de vinificação. Se não apresentar aspecto brilhante, indica início da oxidação do vinho.
Rosa-cereja: Uma das mais belas colorações, proveniente de uvas maduras de coloração mais intensa e de um tempo maior de maceração em contato com as cascas. Vinhos desta cor tendem a ser mais encorpados que os demais.
TINTOS
Vermelho-púrpura: Indica que é um vinho tinto jovem, que não passou por envelhecimento em madeira. Em boca, tende a ter acidez e taninos em evidência.
Vermelho-rubi: Também é uma coloração de vinho jovem, mas que já está pronto para consumo. Com acidez e taninos equilibrados, apresentando certa maciez. Normalmente, representa um vinho saudável e bem conservado.
Vermelho-granada: Essa cor representa um vinho maduro. Produzido a partir de uma variedade de coloração intensa e com plena maturação. Normalmente é sinônimo de um vinho bastante encorpado, macio e que passou por envelhecimento em carvalho.
Vermelho-acastanhado: Coloração de vinhos envelhecidos, que tendem a ser macios, com taninos suaves e pouca acidez. Em caso de grandes vinhos, pode significar o auge. Porém, se tratando de vinhos modestos, identificar essa tonalidade sem a presença de brilho, indica a oxidação.
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Ilustrações: Karen Andriolo Basso
Fonte: Degustação: manual básico para degustar vinhos e espumantes