por Rodrigo Webber
(conteúdo publicado na Revista Terroir Boccati Edição 02 – Inverno)
Com milhares de opções, como escolher um vinho dentre tantas nomenclaturas e classificações diferentes? A maior dificuldade para decifrar essas categorizações é a falta de uma padronização. Não existe uma organização geral, pois cada país classifica seus vinhos de maneira diferente.
Em alguns países da Europa, a classificação dos vinhos se dá basicamente pelo envelhecimento do vinho. Na Espanha, por exemplo, para receber o status de Reserva, a bebida deve ser envelhecida por pelo menos 36 meses, sendo 12 em madeira. Já um Gran Reserva, deve estagiar pelo menos 60 meses, desses, 24 em madeira.
Na Itália, cada região regulamenta isso da sua maneira. No Piemonte, o vinho pode ser classificado como “Riserva” se passar por um envelhecimento de 60 meses, com pelo menos 36 em barricas de carvalho. Na Toscana, além de um envelhecimento de 27 meses, também se exige uma graduação alcoólica mínima de 12,5%.
No Chile, essa classificação não provém do envelhecimento e sim de uma análise da qualidade da uva e nível de maturação da fruta. Portanto, para ter estampado em seu rótulo os termos Reserva ou Gran Reserva, não é obrigatória passagem em madeira. É comum encontrar vinhos classificados como Reserva, sem ter esse estágio.
No Brasil, para ser um Reservado é necessário atender a descrição de ser um vinho jovem pronto para consumo e com graduação alcoólica mínima de 10%. Já para ser Reserva, um vinho nacional deve ter envelhecimento de 12 meses no caso dos tintos e em brancos ou rosados, um período de no mínimo seis meses. Em ambos os casos é facultativo o uso de recipientes apropriados, tendo graduação alcoólica mínima de 11%.
Para ser um Gran Reseva no Brasil, o vinho tinto deve envelhecer no mínimo 18 meses, sendo obrigatória a utilização de recipientes de madeira por no mínimo seis meses e que estes tenham capacidade máxima de 600 litros. No caso de brancos e rosés, o que muda é que o envelhecimento deve ser de 12 meses, sendo pelo menos seis em recipientes de madeira. Também devem ter graduação alcoólica mínima de 11%.
O difícil é que todas estas especificações cheguem ao conhecimento do consumidor. Frente a diversas opções, quando não se conhece o produto, sua classificação é decisiva para a escolha. Por isso destaca-se a importância de um profissional, como é o caso do sommelier, para auxiliar na hora da compra.
Quem nunca ouviu falar dos famosos Reservados Chilenos? Talvez essa nomenclatura, muito próxima do termo Reserva, tenha sido uma das melhores estratégias de marketing no mercado de vinhos. Responsáveis por grandes volumes consumidos no Brasil, os Reservados são vinhos mais jovens, menos complexos feitos para consumo breve e normalmente mais baratos.
Pois então, você sabia que agora os vinhos brasileiros também podem levar o nome Reservado em seu rótulo? Em fevereiro de 2018, essas classificações foram legalmente organizadas. O ministro de estado da agricultura, pecuária e abastecimento atribuiu uma lei que organizou as classificações de Reservado, Reserva e Gran Reserva dos vinhos nacionais.
Dica: Procure lojas especializadas, que prestem essa assessoria a você, pois independente de ser Reservado, Reserva ou Gran Reserva, nem sempre o mais caro será o melhor para seu paladar, ou que o Gran Reserva será o seu vinho preferido. Por isso, vale sempre aquela frase tão clichê: vinho bom é aquele que você gosta!