Por Maria Luiza Krakhecker
Desde a Idade Média os vinhos são armazenados em barris de carvalho, porém, naquela época, os reis e rainhas não faziam ideia do benefício que este ato fazia para os vinhos. Amaciar os taninos, trazer equilíbrio e aromas são as vantagens desse tipo de armazenamento. Claro que não são todos os vinhos que passam por esse processo de maturação, mas vamos ver como funciona esse processo? Vem comigo!
MATURAÇÃO
Quem nunca escutou alguém falar que um vinho é amadeirado e ficou imaginando o que seria isso? Talvez você já tenha até provado um vinho assim e nem sabe!
Vinhos podem possuir essa característica devido ao recipiente em que são armazenados. Os barris de carvalho são tradicionalmente utilizados pelos produtores de vinhos para a maturação.
A maturação pode durar meses ou até mesmo anos, tudo depende proposta do enólogo para o vinho.
O termo maturação, ou amadurecimento, é empregado para designar o período de estágio que o vinho passa em um recipiente entre o término das fermentações e antes de ser engarrafado. O termo envelhecimento é o tempo que o vinho passa evoluindo na garrafa. Após a maturação, ou amadurecimento, o vinho é envasado e pode ou não, de acordo com o produtor e seu estilo, envelhecer mais um período em garrafa antes de ficar disponível ao mercado.
Por que o Carvalho?
A produção do vinho é milenar, e por isso, os vinhos já foram armazenados em diversos recipientes. A cerâmica era muito utilizada pelos gregos, mas foi um grupo de gauleses que descobriu que armazenar o vinho em carvalho possuía diversos benefícios. Assim, o carvalho tornou-se o recipiente mais utilizado, já que os produtores notaram uma interferência positiva! Naquela época, barris de carvalho eram utilizados para armazenar o vinho, e só depois de muito tempo que o barril passou a ser utilizado para o amadurecimento do mesmo.
Tipos de barris de carvalho
O que muitos não sabem, é que o carvalho também sofre influência do terroir. Os mais utilizados são o carvalho americano e o carvalho francês, cada uma com diferenças marcantes, embora haja outros exemplares mais raros. A madeira de carvalho tem o potencial de transformar o vinho, levando-o a outras tendências além do caráter de fruta fermentada que lhe é próprio. Uma das peculiaridades do método de amadurecimento, em diferentes tipos de barris de carvalho, é o episódio da evaporação. Apesar de vedado, o barril de carvalho garante a micro oxigenação através dos poros da madeira.
Carvalho francês
Mais poroso, o barril de carvalho francês é o sonho de muitos enólogos. São muito mais caros que os americanos, porém agem de maneira mais sutil e orgânica no desenvolvimento de aromas.
O carvalho francês possui duas principais variações, são elas:
– Quercus robur: é o carvalho da região francesa Limousin. Apresenta alto teor de polifenóis e baixas concentrações de compostos aromáticos. Confere a ele, notas de tabaco, feno e especiarias, trabalhando também com uma adstringência moderada, devido à presença dos taninos da madeira;
– Quercus petrea: da região de Vosges, essa espécie é mais suave e com baixa quantidade de taninos, se comparada a outra variedade. Ela é capaz de proporcionar um sabor mais aveludado com notas de baunilha e especiarias doces.
Carvalho americano
Mais acessíveis que os franceses, os barris de carvalho americano (Quercus alba) são mais duros e porosos! Eles possuem grande procura pelos produtores de vinho no mundo todo!
Esses barris são reconhecidos pelo potencial aromático que possuem, dependendo também da tosta da madeira. Coco e baunilha estão entre as principais notas aromáticas conferidas por esse barril.
Como vimos, a maturação do vinho em carvalho, no geral, ajuda na maciez da bebida, podendo deixar seus taninos mais suaves e redondos, com uma acidez mais palatável e, ainda, conferir caráter ao vinho através de notas aromáticas de chocolate, tabaco, cravo, canela, baunilha, coco e diversos outros.
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