por Jylson Carvalho
(conteúdo publicado na Revista Terroir Boccati Edição 05 – Outono)
É com muita alegria que falo da minha emocionante viagem à Argentina no ano de 2014, a Mendoza e Buenos Aires, para visitar uma das mais importantes e tradicionais vinícolas do país, a Nieto Senetiner. Essa viagem se originou devido a parceria entre a Boccati e a importadora Porto a Porto, em que fomos convidados a conhecer direto da fonte, como esses belos vinhos são produzidos e conduzidos com muito amor e respeito.
“Comecei bem”. O voo atrasou…. mas atrasou tanto, a ponto de eu quase não conseguir embarcar, o que já me desesperava pois me impossibilitaria de conhecer os vinhedos da Nieto e perdesse talvez a metade mais importante do passeio.
Pois bem, “quase” perdi o voo, o que felizmente não aconteceu e enfim pude embarcar no último da noite. Cheguei na madrugada em Buenos Aires, acordei cedo para pegar o voo para Mendoza. Ufa, esse saiu na hora exata!!!
Chegando em Mendoza, encontrei os demais integrantes do passeio e nos encaminhamos para visitação na vinícola (pensem no meu alívio e alegria de tudo ter dado certo).
Falando um pouco da vinícola, na chegada já vejo a Casa Nieto Senetiner. Essa, encontra-se nos vinhedos Vistalba em Luján de Cuyo, onde foram plantados os primeiros vinhedos pelos imigrantes italianos. Da vinícola, tem-se uma bela vista das Cordilheiras dos Andes e dos vinhedos que complementam a linda paisagem. E, para minha surpresa, quem fez a condução do passeio na vinícola foi um brasileiro, o sommelier Marcelo Molina de Goiânia.
Ele nos contou um pouco da história da Bodega, desde a fundação por imigrantes italianos em 1888, da grande transformação após a aquisição da vinícola pelas famílias Nieto e Senetiner, em 1969, e conhecemos a adega onde são armazenadas diversas barricas com vinhos tops da vinícola, como a linha Don Nicanor e Cadus. Tivemos a oportunidade de visitar a adega particular da família, onde encontram-se garrafas de safras muito antigas para uso exclusivo dos proprietários. Já adianto que não adianta tentar comprá-las ou solicitar degustação pois são irredutíveis quanto ao assunto, tentei persuadi-los, mas não consegui.
Após o passeio, iniciamos uma singela brincadeira feita por um dos enólogos e, posterior a isso, fomos para uma degustação dos vinhos da vinícola, conduzida pelo Roberto Gonzalez, enólogo-chefe na época. Depois desse dia incrível, rumamos para Buenos Aires, para conhecer a Casa Nieto Senetiner.
Lá vislumbramos um edifício localizado em uma esquina, de arquitetura linda. Além de quitutes, tivemos o prazer de degustar dois grandes vinhos da vinícola, o Bonarda Partida Limitada (aquele com a placa metálica como rótulo) e o Cadus Tri Malbec, um top da marca. Neste mesmo dia, fomos a uma casa de tango jantar. Alguns do grupo ensaiaram uns passos com os dançarinos, no meu caso dançarinas (não podia ficar de fora da brincadeira).
Com certeza, essa viagem foi uma experiência incrível e possibilitou, além de adquirir mais conhecimento sobre o produto, auxiliar a nossa prestação de serviço e melhoria do nosso atendimento. Além, é claro, de conhecer um pouco da rica história familiar da Nieto e Senetiner e presenciar o dia a dia dos produtores desses vinhos que estão tão próximo de nós.