Descubra curiosidades sobre a história dos famosos Champagnes

por Maria Luiza Krakhecker

 

Quem nunca escutou a frase “o correto é espumante ou champagne?” ou ao comprar no mercado e viu tantos rótulos diferentes e ficou na dúvida sobre a diferença entre um e outro?

A primeira coisa que você tem que saber é que todo champagne é um espumante, mas nem todo espumante é um champagne. O que difere um do outro é que só pode ser chamado de champagne a bebida produzida na região de Champagne na França. Apenas ser produzido nessa região não garante essa nomenclatura. É necessário que o espumante siga os requisitos exigidos pelo Comitê Interprofissional do Vinho de Champagne.

 

A história do Champagne

Há cerca de 350 anos, o monge religioso Dom Pérignon era responsável pelas adegas da Abadia de Hautvilleres, na diocese de Reims na França. Curioso com as histórias de que alguns vinhos continuavam a fermentar na garrafa, muitas vezes estourando os tampões utilizados ou até mesmo quebrando a garrafa devido ao gás carbônico que era produzido nessa segunda fermentação, o monge começou a estudar maneiras novas de engarrafar e produzir esse vinho.

– O primeiro passo de Pérignon foi utilizar garrafas mais resistentes, e assim, evitar que o gás produzido as quebrassem.

– Após trocar a garrafa, trocou o sistema de vedação que até então eram pauzinhos de cânhamo embebidos em azeite para a atual rolha de cortiça.

-Outro grande ponto da colaboração do monge foi a ideia de misturar dois ou mais vinhos, até mesmo entre tintos e brancos, tornando o produto mais harmonioso.

-Com o aprimoramento da técnica, a fermentação passou a ser controlada por açúcares e fermentos, conseguindo assim um controle sobre a sua efervescência, elaborando um produto mais agradável ao paladar.

Conta a história que o monge se surpreendeu tanto ao experimentar a bebida produzida que comentou a famosa frase “estou bebendo estrelas”.

No produto de Dom Pérignon, os resíduos não eram removidos, e assim, o líquido ficava turvo. Entra em cena agora, Barbe-Nicole Ponsardin, esposa de François Clicquot.

Barbe-Nicole Clicquot

Nicole inventou os conhecidos processos de Rémuge e Degorgement para aperfeiçoar o champagne. Os funcionários da adega colocavam as garrafas nos pupitres, inclinavam e as giravam, fazendo com que os resíduos se descolassem do corpo do recipiente até ficarem acumulados no gargalo. Esse processo é o Rémuge. Após isso, entra o degorgement, que retira todas as impurezas, fazendo com que o vinho fique límpido e transparente. Assim nasceu a grandiosa Veuve Clicquot e Nicole ficou conhecida como a Dama do Champagne.

Com o passar do tempo, a demanda do champagne aumentou e os processos de produção precisaram mudar também. Confira no post feito pelo nosso Sommelier Internacional Rodrigo Webber a diferença dos métodos de produção dos espumantes.

Produção do Champagne

 

O método utilizado para a fabricação desse espumante é o tradicional ou Champenoise. Eles são produzidos obrigatoriamente à base apenas das uvas Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier.

Nesse método de produção, a segunda fermentação acontece dentro da própria garrafa. Após as leveduras realizarem a transformação do açúcar em álcool e gás carbônico, por gravidade, elas se depositam em contato com a garrafa. Para remover essas leveduras, são necessários dois processos: o Rémuage e Degorgemant, que em muitas vinícolas ainda é realizado de forma manual.

Normalmente, os espumantes elaborados no método Champenoise, passam por períodos de maturação mais longos, o que traz características mais complexas, como notas tostadas e de frutas maduras. Devido a esse processo e por levar um tempo maior, é comum que espumantes desse método tenham um valor mais elevado.

A União Europeia declarou que a expressão “Método Champenoise” só pode ser utilizada para vinhos provenientes da região francesa de Champagne, aprovando o uso da expressão “Método Tradicional” para os vinhos produzidos pelo mesmo sistema em outras regiões geográficas.

Os espumantes produzidos à base de uvas brancas, são chamados de “Blanc de Blancs”. Os produzidos das uvas tintas são chamados de “Blanc de Noir”.

Vinícola da Serra que produz Champagne

Sediada em Garibaldi, a centenária Peterlongo é a única vinícola brasileira com o direito de usar o termo champanhe no rótulo de seus produtos. Mas como isso aconteceu?
Antes mesmo da região francesa do champagne conquistar DO (Denominação de Origem), a Peterlongo já elaborava espumantes com os mesmos métodos dos franceses.

Na primeira metade do século 20, vinícolas francesas questionaram a utilização do termo “Champanhe” em rótulos brasileiros, mas em 1974 o STF (Supremo Tribunal Federal) julgou improcedente o questionamento e a Peterlongo ganhou o direito da denominação. Por ter sido a primeira vinícola brasileira a plantar uvas viníferas brancas e importar leveduras de alta qualidade da França, a Peterlongo pôde manter a nomenclatura.

 

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